Depois de quase dois meses sem escrever, já
estava quase a desistir de voltar aqui. Nesses dias que passaram muitas coisas
aconteceram. Estamos passando por um período muito difícil aqui, a seca está
castigando cada vez mais nosso povo. A cada conversa é unanime que esta tem
sido a pior seca dos últimos 40 anos, pior que essa houve uma na década de 1970.
A diferença, segundo muitos, dessa época para aquela são os programas
assistenciais do governo federal e número crescente de pessoas idosas com o
beneficio da aposentadoria. Além disso, é grande o números de cisternas nas
propriedades rurais de Ipupiara.
São
em momentos como esses que é possível dar o devido valor a água. Eu que venho
do sul do Brasil, região abundante de água e chuva, jamais pude entender
realmente o valor primordial da água. É claro que em nossos discursos estamos
estafados de reconhecer que a água é fonte de vida, mas nossa vida não tem sido
devidamente colocada a disposição para cuidar de tal bem. Foi aqui nesse pedaço
humano do sertão que realmente tenho conseguido entender o valor desse dom
natural.
Dias atrás pude presenciar uma cena triste. Ao chegar em
uma comunidade rural daqui da região, horas antes de começar a missa, o
caminhão pipa abastecia uma caixa d’água de mil litros e aos poucos cada
morador vinha com seus galões encher o que seria o abastecimento de sua casa
para pelo menos uma semana. Confesso que fiquei surpreso, o sol já estava
escaldante, muitos apressavam seus passos para pegar a água e não perde a
missa, outros deixavam para depois da “reza”. A esperança daquele povo era
alimentada pela fé de que Deus iria mandar chuva logo para o sertão. Aos poucos
seguiam os passos com os recipientes cheios de água como se fosse o presente
mais importante de suas vidas.
Semana
passada o governo do estado da Bahia aceitou o decreto municipal e declarou
Ipupiara em situação de emergência por causa da seca. Já chegam a 170
municípios baianos nessa situação. Semana passada caiu algumas gotas no chão de
Ipupiara, mas somando-se todos os dias que choveu, não passou de 15 minutos de
pingos fracos e insuficientes para amenizar a situação. Nem as chuvas, desde
minha última publicação sobre elas, foram suficientes. Apenas as esperanças se
renovam, mas logo são desfeitas. Quem sofre, sobretudo, são os animais e, por
conseguinte os homens que ficam atados por esperar o bem mais precioso da
natureza voltar a abundar nos solos desse chão.
Que a chuva venha logo e com toda força!!!
Oi Marcel, que legal a sua experiência. Não esquece de utilizar protetor solar para o rosto e lábios heim. Abração
ResponderExcluirQuerido Marcel!
ResponderExcluirMuito bom saber notícias tuas!
É...acho que só quem vive numa região com tamanha escassez de água é que entende e dá mais valor a ela.
Grande abraço! Fica com Deus. Beijos no coração.
Iára.
Olá nobre companheiro!!!! Saudades de você!!!!
ResponderExcluirNada melhor que a música para descrever o que vocês estão vivendo ai no nordeste né?
... Pedi para o sol se esconder um tiquinho, pedi para chover, mas chover de mancinho pra vê se nascia uma planta no chão...
Que a paz esteja contido "mô quiridu"!
Abraços!
Olá Marcel, passou no jornal nacional esta situação que você escreveu. É uma situação bem difícil.Por aqui, a temperatura está bem agradável, e dias de frio. E tbem vamos ter clássico na final do campeonato catarinense. Como sei que vc é avaiano fanático, tenho que te dizer que o figueira ganhou o turno, o returno, e agora decide a primeira na ressacada e a segunda no Orlando Scarpelli. Saudações Alvinegras pra vc! Um abraço. Paz e saúde pra você, e que Deus esteja contigo. Giovani
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